Quer café?
Quero não, obrigado!
Tem certeza?
Tenho.
Olhá lá, hein!
Pensando bem, quero, sim.
Chá-fé ou ca-fé?
Café!
Não sei, não. Não gosto de café forte.
Agora que ofereceu vai ter que fazer forte.
Eu faço dois, um pra mim, outro pra você.
Não, se for pra dar trabalho não precisa.
Que trabalho o que, menino.
Não precisa, eu não queria desde o início.
Queria, sim. Só tava com vergonha.
Eu quero fraquinho, então.
Eu sei que você gosta de café forte. Eu vou fazer forte.
Vai fazer?
Vou. Pra nós dois.
Mas a senhora não gosta.
Pra mim tanto faz.
Tanto faz nada. Dá dor de cabeça que a senhora já falou.
Às vezes só.
Então.
Nada. Hoje eu quero café forte. Tava até pensando nisso outro dia.
Em café forte?
É. Nesse negócio de parar de tomar café.
Mas o que tem a ver?
É porque eu tenho tomado muito café. Tua mulher até me disse pra parar.
Isso é verdade.
Que eu tomo muito café?
Não, que a Evelyn disse pra senhora parar.
E você escutou?
Não. Foi no outro dia, aquele que tava todo mundo na cozinha preparando o almoço?
Qual. Aquele que o Robert tava aqui.
Não. O outro.
Ah, sim.
Naquele dia eu ouvi ela falar.
Foi mesmo, né?
Falou. E eu falei também.
Disso eu não lembro.
Falei. Falei que era por isso que a senhora não consegue dormir direito.
Não, menino. Não consigo dormir direito não é por isso, não.
É por que, então?
É porque eu fico muito cansada de trabalhar o dia inteiro, ai de tanto cansaço o sono não vem, acredita?
Difícil.
Mas é.
Não! Difícil essa vida de cansaço.
Tem que trabalhar, né? Ganhar dinheiro.
Ainda mais com tudo caro como tá.
É verdade.
Eu fui ao mercado comprar cebola -- cebola, veja a senhora --, e cada uma saia a um real. Pode?
Caro assim é?
Beterraba, cenoura, batata, tudo tá caro.
É brabo, né?
Ô!
Então é por isso que eu tenho que trabalhar.
Não tem pra onde escapar.
E o pior é que ontem nem dormi direito.
Por que?
Porque tava cansada. Agora tá dando um sono!
Toma café.
Vou fazer isso.Quer que eu faça um pra você?
Quero não, obrigado.
Chá-fé ou ca-fé?
Café!
Não sei, não. Não gosto de café forte.
Agora que ofereceu vai ter que fazer forte.
Eu faço dois, um pra mim, outro pra você.
Não, se for pra dar trabalho não precisa.
Que trabalho o que, menino.
Não precisa, eu não queria desde o início.
Queria, sim. Só tava com vergonha.
Eu quero fraquinho, então.
Eu sei que você gosta de café forte. Eu vou fazer forte.
Vai fazer?
Vou. Pra nós dois.
Mas a senhora não gosta.
Pra mim tanto faz.
Tanto faz nada. Dá dor de cabeça que a senhora já falou.
Às vezes só.
Então.
Nada. Hoje eu quero café forte. Tava até pensando nisso outro dia.
Em café forte?
É. Nesse negócio de parar de tomar café.
Mas o que tem a ver?
É porque eu tenho tomado muito café. Tua mulher até me disse pra parar.
Isso é verdade.
Que eu tomo muito café?
Não, que a Evelyn disse pra senhora parar.
E você escutou?
Não. Foi no outro dia, aquele que tava todo mundo na cozinha preparando o almoço?
Qual. Aquele que o Robert tava aqui.
Não. O outro.
Ah, sim.
Naquele dia eu ouvi ela falar.
Foi mesmo, né?
Falou. E eu falei também.
Disso eu não lembro.
Falei. Falei que era por isso que a senhora não consegue dormir direito.
Não, menino. Não consigo dormir direito não é por isso, não.
É por que, então?
É porque eu fico muito cansada de trabalhar o dia inteiro, ai de tanto cansaço o sono não vem, acredita?
Difícil.
Mas é.
Não! Difícil essa vida de cansaço.
Tem que trabalhar, né? Ganhar dinheiro.
Ainda mais com tudo caro como tá.
É verdade.
Eu fui ao mercado comprar cebola -- cebola, veja a senhora --, e cada uma saia a um real. Pode?
Caro assim é?
Beterraba, cenoura, batata, tudo tá caro.
É brabo, né?
Ô!
Então é por isso que eu tenho que trabalhar.
Não tem pra onde escapar.
E o pior é que ontem nem dormi direito.
Por que?
Porque tava cansada. Agora tá dando um sono!
Toma café.
Vou fazer isso.Quer que eu faça um pra você?
Quero não, obrigado.
Um comentário:
Café é bom, ainda mais com uma boa conversa! Kkk
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