Todos sabemos que os velhos são sábios. Eles já percorreram o
caminho que os jovens, muito provavelmente, percorreremos.
Escutá-los, então, é vantajoso. O que torna essa vantagem mais
acessível ainda é outra característica que eles – com a exceção
de Seu Lunga – partilham: o gosto pela conversa. Céfalo, pai do
ilustre sofista Lísias, é um velho que entrou para a história da
Filosofia por partilhar desse gosto.
No início do Livro I, da República de Platão, Céfalo descreve
assim sua afinidade: “na medida em que vão murchando para mim os
prazeres físicos, nessa mesma aumentam o desejo e o prazer da
conversa” (328d). Sócrates, que também era um amante de
discursos, não deixa escapar a oportunidade e inicia o que ele mais
gostava de fazer: o jogo de fazer perguntas e escutar respostas.